Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 8 de 8
Filtrar
Adicionar filtros








Intervalo de ano
1.
Arq. bras. psicol. (Rio J. 2003) ; 72(spe): 18-32, 2020.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1149121

RESUMO

O texto suscita o debate acerca da constituição da psicologia no Brasil, apontando para suas bases importadas de países com realidades bastante diversas daquelas aqui encontradas, tanto nos aspectos sociais e econômicos, quanto naqueles históricos, culturais e raciais. A psicologia, desde 1962, vem se pautando em modelos que raramente levam em conta o contexto no qual se encontra: um país que assenta seus alicerces sobre a escravidão, o preconceito, a violência, os 20 anos de uma truculenta ditadura militar, a exclusão, o encarceramento em massa e o extermínio de populações indígenas e negras, assassinatos de homossexuais e transsexuais. No cenário atual, que intensifica aspectos desde sempre aqui presentes e desmonta as estratégias do seu enfrentamento, torna-se urgente repensar as práticas e saberes psicológicos produtores e reprodutores de subjetividades coloniais, em tempos que, parafraseando Hannah Arendt, se anunciam como sombrios, mas que, ao mesmo tempo, desafiam a psicologia, sobretudo clínica, a despertar de seu sono e sonhos encantados.


The text raises the debate about the constitution of psychology in Brazil, pointing to its bases imported from countries with realities quite different from those found here, in social and economic as well as historical, cultural and racial aspects. Psychology since 1962 has been based on models that rarely take into account the context in which it finds itself: a country that lays its foundations on slavery, prejudice, violence, the 20 years of a truculent military dictatorship, exclusion, mass incarceration and the extermination of indigenous and black populations, murders of homosexuals and transsexuals. In the current scenario, which intensifies aspects always present here and dismantles the strategies of their confrontation, it is urgent to rethink the practices and psychological knowledge producers and breeders of colonial subjectivities, in times that, paraphrasing Hannah Arendt, announce themselves as dark, but at the same time challenge psychology, especially clinical, to awaken from their sleep and enchanted dreams.


El texto plantea el debate sobre la constitución de la psicología en Brasil, señalando sus bases importadas de países con realidades bastante diferentes a las aquí encontradas, tanto en los aspectos sociales y económicos, como en los aspectos históricos, culturales y raciales. La psicología desde 1962 se ha guiado por modelos que pocas veces tienen en cuenta el contexto en el que se encuentra: un país que cimenta la esclavitud, el prejuicio, la violencia, los 20 años de una dictadura militar truculenta, la exclusión, el encarcelamiento masivo y exterminio de poblaciones indígenas y negras, asesinatos de homosexuales y transexuales. En el escenario actual, que intensifica aspectos que siempre han estado presentes aquí y desmantela las estrategias para enfrentarlos, es urgente repensar las prácticas y saberes psicológicos que producen y reproducen subjetividades coloniales, en tiempos que, parafraseando a Hannah Arendt, se anuncian como oscuros, pero que, al mismo tiempo, desafían a la psicología, especialmente a la clínica, a despertar de su torpor y sus sueños encantados.


Assuntos
Preconceito , Psicologia Clínica/tendências , Grupos Populacionais , Racismo , Brasil
2.
Psicol. rev. (Belo Horizonte) ; 22(2): 258-274, ago. 2016.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-955796

RESUMO

Muito se tem confundido, nos meios leigos e acadêmicos, a Psicologia humanista com a Psicologia fenomenológico-existencial. Estudantes, autores e profissionais da área de Psicologia, bem como aqueles que procuram ajuda clínica, acreditam tratar-se de idênticas perspectivas, com variações apenas na titulação. Neste artigo, pretendemos colocar em análise essa forma de compreensão, apresentando suas origens histórico-filosóficas, influências e, consequentemente, suas diferenças e singularidades. Embora ambas possam ser chamadas de perspectivas existenciais, diferenciando-se das perspectivas comportamentais e psicodinâmicas, em razão de romperem com qualquer determinismo, guardam diversidades e discordâncias importantes que precisam ser lembradas e resguardadas a fim de que se amplie o conhecimento em Psicologia com maior rigor. Por fim, marcando a diferença essencial entre as perspectivas humanista-existenciais e as fenomenológico-existenciais, retomaremos a afirmativa de Heidegger de que todo o humanismo recai em uma metafísica


Humanistic psychology has been largely confused with phenomenological existential psychology in both the lay and the academic milieux. Students, authors and professionals in the area of psychology, as well as those who seek clinical help, believe these perspectives to be identical, with variations only in denomination. In this article, we intend to put this way of understanding into perspective through analysis, presenting its historical and philosophical origins and, consequently, its differences and singularities. Although both may also be called existential perspectives, straying away from behavioral and psychodynamic perspectives as they severe the bonds with any determinism, they show important divergences and discords, which must be remembered and guarded so that knowledge about psychology may be enhanced with greater rigor. Finally, pointing out the essential difference between the existential-humanist and phenomenological-existential perspectives, we will resume the affirmative of Heidegger that all humanism lies in a metaphysics


Se ha confundido mucho, en los medios legos y en los académicos, la psicología humanista con la psicología fenomenológica existencial. Estudiantes, escritores y profesionales en el campo de la psicología, así como aquellos que buscan ayuda clínica, creen que son idénticas perspectivas, con variaciones solamente en el modo de nombrarlas. En este artículo pretendemos hacer un análisis sobre esta forma de comprensión, presentando sus orígenes históricos y filosóficos, influencias y, en consecuencia, sus diferencias y singularidades. Aunque ambas puedan llamarse existenciales, y sean distintas de las perspectivas comportamentales y psicodinámicas, pues rompen con todo determinismo, mantienen importantes diversidades y discordancias que deben ser recordadas y enfatizadas para ampliar los conocimientos en Psicología con mayor precisión. Por último, destacando la diferencia esencial entre las perspectivas humanistas-existenciales y las fenomenológicas existenciales, recuperaremos la afirmación de Heidegger de que todo humanismo recae en una metafísica


Assuntos
Existencialismo , Psicologia , Humanismo
3.
Psicol. ciênc. prof ; 36(2): 317-328,
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-785172

RESUMO

Resumo Este artigo busca refletir sobre a dualidade entre soma e psique, que tende a obscurecer a unidade originária a partir da qual esses dois entes podem aparecer e serem compreendidos. Em seguida, conduz o leitor para uma compreensão crítica, lidando com aspectos da tradição em psicossomática e com base na fenomenologia-hermenêutica de Martin Heidegger e na Daseinsanalyse de Medard Boss. Tanto o filósofo alemão quanto o psiquiatra suíço operam não somente a desconstrução da ótica tradicional, mas também do próprio conceito de psicossomática. Mostram que o modo de acesso ao fenômeno produz a dicotomia, sendo, portanto, necessário modificá-lo a fim de apreender o que está em jogo no problema do corpo e do adoecer, isto é, a própria existência do homem que se revela todo o tempo através do corporar (Leiben), que é sempre gesto. Este último significa, em Heidegger, toda expressão do homem, indissociável de seu existir no mundo como Dasein. Este estudo tem a expectativa de contribuir na busca de outros fundamentos para a prática do cuidado psicológico em saúde....(AU)


Abstract The article presents aspects of the psychosomatic tradition and attempts to reflect on the duality generated between soma and psyche, which tends to overshadow the original unity from which these two entities can appear and be understood. Subsequently, it leads the reader to a critical comprehension based on Martin Heidegger’s hermeneutic phenomenology and Medard Boss’ dasensanalysis. Both the German philosopher and the Swiss psychiatrist dismantle not only the traditional view but also the concept of psychosomatics. They argue that the route of access to the phenomenon produces a dichotomy, which therefore proves itself necessary to be modified so that one can perceive what is at stake in terms of the body and of getting ill, i.e., the human existence which at all times reveals itself through bodying (Leiben), which is always gesture. The former means, in Heidegger, each human expression which is indistinguishable from their existence in the world as Dasein. Thus, this article contributes to the search of other fundamentals for the psychological practice in healthcare....(AU)


Resumen El artículo presenta los aspectos de la tradición en psicosomática y reflexiona sobre la dualidad engendrada entre soma y psique, que tiende a ocultar la unidad originaria desde la que estos dos entes pueden aparecer y ser comprendidas. Luego, conduce al lector a una comprensión crítica basada en la fenomenología- hermenéutica de Martin Heidegger y el Daseinanalyse de Medard Boss. Tanto el filósofo alemán como el psiquiatra suizo hacen no solo la deconstrucción de la óptica tradicional, sino también del propio concepto de psicosomática. Ellos enseñan que el modo de acceso al fenómeno produce dicotomía y por lo tanto, es necesario modificarlo para captar lo que está en juego en el problema del cuerpo y del enfermar, es decir, la existencia misma del hombre se revela todo el tiempo por medio de la corporalidad (Leiben), que siempre es gesto. Gesto para Heidegger significa toda expresión del hombre, inseparable de su existencia en el mundo como Dasein. Se cree que con esto se está contribuyendo a la búsqueda de otros fundamentos para la práctica del cuidado psicológico en las instituciones que cuidan de la salud....(AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Empatia , Psicologia , Medicina Psicossomática , Doença , Saúde Mental , Terapêutica
4.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 18(4): 651-662, Oct.-Dec. 2015.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-776589

RESUMO

O presente artigo coloca em questão a compreensão tradicional da psicossomática por meio da dicotomia soma e psique e a relação de causalidade presente nessa tradição para, então, mediante uma perspectiva crítica, propor outra compreensão, com base na fenomenologia-hermenêutica de Heidegger e a Daseinsanálise de Boss. Este coloca, ainda, em questão a denominação psicossomática que mantém a dualidade da qual se pretende libertar.


This article brings into question the traditional understanding of psychosomatics by taking into account the dichotomy between soma and psyche and the causal relation present in this tradition. It suggests, from a critical point-of-view, a different understanding based on Heidegger’s phenomenology-hermeneutics and Boss’ Daseinsanalysis. This article also calls into question the term ‘psychosomatics’, which preserves the duality that has to be eliminated.


Cet article remet en question le concept traditionnel de la psychosomatique au moyen de la dichotomie entre soma et psyché et du rapport de causalité qui caractérise cette tradition. Par la suite, il propose, à partir d’un point-de-vue critique, une autre compréhension basée sur la phénoménologie herméneutique de Heidegger et sur la Daseinsanalyse de Boss, et met également en question le terme « psychosomatique ¼ qui préserve la dualité qu’on cherche à supprimer.


El presente artículo cuestiona la comprensión tradicional de la psicosomática mediante la dicotomía soma y psique, además de la relación de causalidad presente en esa tradición para proponer, a través de una perspectiva crítica, otro entendimiento basado en la fenomenología-hermenéutica de Heidegger y en el análisis del Dasein de Boss, que además pone en entredicho la palabra “psicosomática”, que mantiene la dualidad de la cual pretende liberarse.


Dieser Artikel stellt das traditionelle Konzept des Psychosomatischen in Frage und stützt sich dabei auf die Dichotomie zwischen Soma und Psyche, sowie auf die Kausalitätsbeziehung, die dieser Tradition zu eigen ist. Mittels einer kritischen Perspektive schlägt dieser Artikel ein neues Konzept vor, das auf Heideggers Phänomenologie-Hermeneutik und der Daseinsanalyse von Boss basiert. Boss stellt dabei den Begriff „Psychosomatik“ in Frage, da er die Dualität beinhaltet, von der man sich zu befreien versucht.


本文提出分析对心身的传统,其对索玛和精神的二分法及因果关系。在此基础上再通过所以通过海德格尔的现象-诠释学和博斯的存在分析从一个批判的角度建立另一个认识。他虽然希望脱离但还保持身心定义中的双重性。.

5.
Psicol. teor. pesqui ; 30(4): 441-447, out.-dez. 2014.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-732723

RESUMO

Este artigo visa, primeiramente, explicitar como o método fenomenológico idealizado por Husserl encontra-se presente no pensamento de Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty. Temas como consciência, intencionalidade e percepção, tratados por esses filósofos, serão apresentados, buscando destacar os três momentos, presentes em Husserl, imprescindíveis para uma investigação fenomenológica: a redução fenomenológica, a descrição dos vetores internos ao fenômeno e a explicitação da experiência. Em um segundo momento, indo ao encontro das considerações de Giorgi e Goto, pretende-se defender que a psicologia, ao apropriar-se do método fenomenológico em suas investigações, deve, considerando o contexto de sua área de estudo, manter-se fiel aos três momentos constitutivos do método fenomenológico...


This article aims, first, to explain how the phenomenological method devised by Husserl is present in the thought of Heidegger, Sartre and Merleau-Ponty. Themes addressed by the philosophy as conscience, intencionality and perception will be discussed in order to show the three indispensable moments for a phenomenological research highlighted by Husserl: phenomenological reduction; description of internal vectors to the phenomenon and explanation of experiences. On the second, it going to meet the considerations of Giorgi and Goto, it argue that the Psychology the ownership of the phenomenological method in their investigations, should, considering the context of your study area, remain faithful at the three constituent moments of the phenomenological method...


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Existencialismo , Métodos , Psicologia
6.
Psicol. ciênc. prof ; 32(spe): 276-291, 2012.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-656078

RESUMO

O presente artigo parte do dilema apontado na conferência de Canguilhem Que é a Psicologia? de 1956, a fim de mostrar sua atualidade e também que é possível acrescentar-lhe as problematizações contemporâneas que tratam da psicologização e da neurocientifização dos atuais processos de subjetivação. O que temos feito de nossas vidas e de nossas práticas e como agir livremente perante a ameaça crescente de robotização e de cerebralização dos modos de subjetivação? A fim de não ficarmos paralisados frente a tais impasses, sugerimos caminhos possíveis a partir do encontro com Kierkegaard e Foucault, filósofos que se inscrevem, para usar a expressão foucaultiana, em uma via de experimentação não metafísica, caminho esse que já foi bastante privilegiado se voltarmos o olhar para a Filosofia antiga dos exercícios espirituais, porém, que foi sendo esquecido aos poucos pela tradição filosófica ocidental. Uma psicologia experimentante é, por fim, sugerida como caminho possível, na tentativa de reconhecer e/ou de evitar os perigos inicialmente apontados. Sabendo-se que não se pode eliminá-los do cotidiano das práticas psi, pode-se ao menos estar mais atento aos mesmos, sendo esse o objetivo do presente texto...


The present paper is part of the dilemma mentioned in the 1956 conference of Canguilhem entitled “What is psychology?” It aims at showing the dilemma’s present relevance as well as its contemporary problematization, which deals with the processes of psychologization and neuroscientificization of current subjecticization processes. What have we been doing with our lives and our practices and how can we act freely before the ever growing threat of robotization and cerebralization of the processes of subjectivization? In order not to be paralyzed by such deadlocks, we suggest possible paths departing from encounters with Kierkegaard and Foucault, philosophers who are inscribed, to use the foucaultian expression, in a route of non-metaphysical experimentation. Such route has been privileged and it can be seen if we focus back on the ancient western philosophy of the spiritual exercises, which has been, however, neglected by the western philosophical tradition. Finally, an experiential philosophy is proposed as a possible alternative in an attempt to recognize and/or avoid the “dangers” mentioned in the beginning. Knowing that it is not possible to eliminate them from the daily psi practices, it is at least feasible to be more aware of them, and this is the final aim of the present paper...


El presente artículo parte del dilema apuntado en la conferencia de Canguilhem ¿Qué es la Psicología? de 1956, a fin de mostrar su actualidad y también que es posible acrecentarle las problematizaciones contemporáneas que tratan de la psicologización y de la neurocientifización de los actuales procesos de subjetivación. ¿Qué hemos hecho de nuestras vidas y de nuestras prácticas y cómo actuar libremente ante la amenaza creciente de robotización y de cerebralización de los modos de subjetivación? A fin de no quedarnos paralizados frente a tales impases, sugerimos caminos posibles a partir del encuentro con Kierkegaard y Foucault, filósofos que se inscriben, para usar la expresión foucaultiana, en una vía de experimentación no metafísica, camino ése que ya ha sido bastante privilegiado si volvemos la mirada hacia la Filosofía antigua de los ejercicios espirituales, pero, que fue siendo olvidado poco a poco por la tradición filosófica occidental. Una psicología experimentadora es, por fin, sugerida como camino posible, en la tentativa de reconocer y/o de evitar los peligros inicialmente apuntados. Sabiéndose que no les se puede eliminar del cotidiano de las prácticas psi, se puede al menos estar más atento a los mismos, siendo ése el objetivo del presente texto...


Assuntos
Ética , Filosofia , Psicologia , Pesquisa , Inconsciente Psicológico , Personalidade
7.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 8(2): 193-203, ago. 2008.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: lil-514477

RESUMO

Este trabalho trata de alguns dos principais conceitos da psicoterapia daseinsanalítica, inspirada no pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger. Para isto, inicia pela explicitação da escolha do termo "analítica" (Analytik) feita por Heidegger em sua obra "Ser e Tempo" (1927) em lugar de "análise" (Analyse). Aponta-se para a diferença de sentido entre ambos, destacando o afastamento moderno do significado originário de "análise", que o reduz a uma decomposição em elementos, em analogia com a química. No entanto, análise vem do grego analisein, que significa o destecer de uma trama, ou libertar, soltar alguém ou alguma coisa das amarras. O termo analítica, utilizado por Kant e retomado por Heidegger, não conduz a uma desintegração do fenômeno, mas sim ao seu caráter originário, ao seu sentido, sua condição de possibilidade. A analítica tece e destece, para libertar o sentido que possibilita o tecido, para vislumbrar o próprio tecer e re-tecer. Esta é a via pela qual Heidegger irá compreender a analítica. A Daseinsanalyse, análise da existência, é definida por ele em "Seminários de Zollikon" como o exercício ôntico da analítica ontológica empreendida em "Ser e Tempo". Pode-se, então, pensar a Daseinsanalyse também como o exercício da analítica na clínica, que elabora tematicamente a existência factual do cliente, remetendo-a às suas estruturas existencial-ontológicas constitutivas. Esse destecer, conduzido pela análise, libera o existir para tudo aquilo que o interpela como abertura de sentido, ajudando-o a tornar-se presente para todos os entes, inclusive para si mesmo, através da reflexão. Após apresentar as idéias de dois psiquiatras suíços que estabeleceram relações entre a filosofia de Heidegger e a clínica - Ludwig Binswanger e Medard Boss - o artigo propõe ainda alguns modos pelos quais pode pautar-se a atitude do psicoterapeuta na Daseinsanalyse. Uma vez que as demandas de sofrimento existencial, endereçadas à clínica psicoterápica, cada vez mais estão relacionadas ao nivelamento histórico de sentido que pode ser computado no cálculo global de exploração e consumo, é imprescindível, para que a psicoterapia possa se constituir em um espaço de reflexão propiciador de outros modos de existir, que ela própria não permaneça acriticamente subordinada a esse mesmo horizonte histórico de redução de sentido


This study deals with some of the main concepts of daseinsanalytical psychotherapy, inspired by the thinking of German philosopher Martin Heidegger. To fulfill this aim, it begins by expliciting the choice of the term "analytics" (Analytik) made by Heidegger in his piece Being and Time (1927) instead of "analysis" (Analyse). It points out the difference in meaning between both terms, highlighting the modern detachment from the original meaning of "analysis", which reduces it to a decomposition of elements, in an analogy to Chemistry. However, analysis comes from the Greek analisein, which means the unweaving of a web, or freeing, releasing someone or something from his/its ties. The term analytics, used by Kant and resumed by Heidegger, does not lead to a disintegration of the phenomenon, but to its original character, to its meaning, its condition of possibility. Analytics weaves and unweaves to free the meaning that makes fabric possible, to catch a glimpse of the very activity of weaving and unweaving. This is the way through which Heidegger will understand analytics. Daseinsanalyse, the analysis of existence, is defined by him in Zollikon Seminars as the ontic exercise of ontological analysis carried out in Being and Time. It is possible, then, to think of Daseinsanalyse as the exercise of analytics in practice, which elaborates thematically the factual existence of the client, submitting it to its constitutive existential-ontological structures. This unweaving, guided by analysis, frees existing to all that summons it as an opening in meaning, helping it become present to all beings, including itself, through reflection. After presenting the ideas of two Swiss psychiatrists who established a relationship between Heidegger's philosophy and practice, Ludwig Binswanger and Medard Boss, the article proposes some ways through which the psychotherapist can guide his/her attitudes according to Daseinsanalyse. Once the demands of existential suffering, addressed to psychotherapeutical practice, are more and more related to a historical leveling of meaning which can be accounted in the global figures of exploitation and consume, it is indispensable, so that psychotherapy can be a space for reflection which allows other ways of existing, that psychotherapy itself does not remain acritically subordinate to this same historical horizon of reducing meaning


Assuntos
Humanos , Psicologia , Psicoterapia , Existencialismo
8.
Rev. Dep. Psicol., UFF ; 18(2): 111-124, jul.-dez. 2006.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-457995

RESUMO

Este artigo tem por objetivo a reflexão, sob o enfoque da fenomenologiahermenêutica, acerca de um tema recorrente para a clínica psicoterápica: a solidão e as relações afetivas. A relação entre solidão e isolamento e a angústia frente à necessidade de controle e de segurança nos relacionamentos, serão analisados à luz do pensamento do filósofo Martin Heidegger, e de outros autores como Medard Boss, enquanto possibilidades de sentido que compõem o horizonte histórico do homem moderno. Neste contexto o papel desempenhado pela psicoterapia não será somente o ajustamento, mas se constituirá em um espaço de meditação, em que se farão presentes outras possibilidades de ser no mundo com o outro.


This paper aims to reflect, under a phenomenological-hermeneutic approach, about a recured complain in psychoterapic setting: loneliness and affective relationships. The connection between loneliness, isolation and anxiety with the necessity of control and security on relationships were analysed. For this we used Martin Heidegger's philosophical thought. We concluded these feelings are possibilities of meaning that constitute the historic experience of modern man. This way, psychotherapy will not intent only an adjustment but will be a setting of medidation, where other possibilities of being in the world with others will be present.


Assuntos
Humanos , Adulto , Afeto , Relações Interpessoais , Isolamento Social/psicologia , Solidão/psicologia
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA